domingo, 17 de outubro de 2010

A sociedade dos poetas mortos

e como encontrar estrelas no céu plúmbeo?
mais uma noite de silencio e o carnaval de cores ao nascer do dia
foram-se os palhaços do bloco da gargalhada
resquícios de pólvora de uma explosão falha.
algo pulsa dentro da dinamite desejando explosão
acende meu sangue inflamável
chamas dos amores que aqui nasceram
cinzas das paixões que aqui restaram.
e o vento, nada mais que o vento
levando tudo embora numa calma perfeita
e meu peito, pobre peito mortal
ardendo em chamas de saudade
foram todos os juízos
e sempre aguardo o final
tal e qual nos romances e contos de fadas
fraco corpo, pobre espírito fadado
ando por milhares, milhares de anos cansados
corro numa praia deserta, a noite me persegue
sedenta de sangue
desejando cada gota que resta em minhas veias.
quem dera um mundo sem diferenças
onde não fosse possível semelhanças
pobres versos sem sentido...
quero encontrar a força pra não me entregar ao vicio
de ser mais uma no meio da multidão dos fracos

Um comentário:

  1. "...e sempre aguardo o final
    tal e qual nos romances e contos de fadas..."

    calou em mim.

    Obrigada pelo comentário, mas não sei se vale a pena romper a bolha, tantas vezes invadida.

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