segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Superfície

Chega uma hora do amanhecer
que os pássaros cantam, mas ninguém
os escuta: atordoados os seres,
perdidos na correria das horas.
Um cachorro atravessa a rua despretensioso
e derruba o café do motorista.
Inconformado, com ódio irremediável,
estreita a mão contra a buzina
repleto de razão:
E os pobres pássaros
cantando em vão...